A Secretaria de Educação (SMEd) realizou nesta quinta-feira (17) o lançamento da plataforma que será utilizada para auxiliar as atividades escolares dos anos iniciais. Nomeada como Solução Organizacional e Administrativa de Tarefas (SOAT), a ferramenta irá oportunizar que alunos e professores possam aprimorar as atividades de sala de aula por meio de um sistema digital que estimula a aprendizagem por meio da gamificação.
O evento, realizado na Sociedade Amigos do Cassino (SAC), reuniu professores dos anos iniciais para um primeiro contato com a plataforma, que foi apresentada pela equipe da Sisttech, responsável pelo desenvolvimento da ferramenta.
Expansão da inovação
Conforme explicou o secretário Henrique Bernardelli, o município procurou ao longo de 2021 por alternativas para explorar o ensino híbrido. Após licitação, a Sisttech foi considerada a vencedora por apresentar, além do sistema, a possibilidade da cedência de equipamentos, que serão repassados a alunos e professores.
Ao todo, cerca de 9 mil alunos receberão tablets para o uso do novo sistema. Para os professores serão entregues 270 notebooks, que serão utilizados nas atividades. Segundo Bernardelli, a expectativa é que os aparelhos estejam disponíveis já na primeira semana de abril.
A intenção, segundo o secretário, é reforçar a aprendizagem dos anos iniciais, considerada a principal lacuna deixada pela pandemia. “Escolhemos os anos iniciais, que é do 1º ao 5º ano, porque é onde está a maior deficiência educacional em função da pandemia. A alfabetização e as demais atividades desse público ficaram mais difíceis à distância”, explica.
Além disso, a inovação no ambiente escolar também deverá ser expandida por meio de outras propostas, como atividades de robótica. “É uma preparação para uma nova realidade de ensino. Já estamos solicitando ao Ministério da Educação um financiamento para estender aos alunos o ensino da robótica. Hoje já temos algumas experiências, mas muito localizadas e queremos que isso esteja em toda a rede”, comenta.
Sobre a plataforma
A Sisttech Tecnologia Educacional, responsável pela SOAT , é uma empresa que já atende outros municípios com atividades semelhantes, principalmente no estado de São Paulo, como na cidade de Atibaia, que possui um modelo nos mesmos moldes do que está sendo aplicado em Rio Grande. Ela também está no Rio Grande do Sul, onde atua em municípios como Caxias do Sul, mas com uma ferramenta diferente, voltada para o ensino de matemática.
Para o gerente pedagógico da empresa, Sérgio Cunha, a ferramenta de Rio Grande é pensada nos novos tempos de expansão tecnológica, realidade fortalecida pelas dificuldades impostas pela pandemia de Covid-19.
“É uma plataforma educacional gamificada para ensino híbrido. Ou seja, para os momentos presenciais de sala de aula e também em casa, onde o professor vai poder fazer uso dessa ferramenta para ampliar conteúdos, pensar novas metodologias e novas estratégias para o dia a dia”, conta.
Para isso, a ferramenta disponibiliza um sistema que oferece maneiras lúdicas e contextualizadas de aprendizagem. “O aluno vai poder acessar em casa e continuar aprofundando os conteúdos de uma forma muito lúdica, por meio de jogos, trilhas de aprendizagem, entre outros. Então ele vai poder fazer todas as relações do conteúdo presencial, ampliando esse tempo de estudo e de pesquisa”, salienta Cunha.
Além disso, ele acrescenta que, apesar de pronto, o sistema permite autonomia ao professor, para que possa planejar o conteúdo e de utilizar a ferramenta da maneira que considerar mais adequada. “Ela é pensada para facilitar o trabalho do professor, mas também para construir a aprendizagem digital. Se a ferramenta não pensar em construir tanto as aprendizagens digitais dessa cultura que a gente vive hoje, assim como os conteúdos curriculares, ela não faz sentido”, ressalta.
Sobre a proposta dos jogos, ele explica que a ideia é propor atividades que sejam do interesse das crianças dos anos iniciais. “Não é um jogo escolar. É um jogo que tem o objetivo de aprendizagem mas é pensado da mesma forma que os jogos que eles estão acostumados a jogar, como de plataforma, de pular, arrastar, comprar. Tem toda a questão de objetivos, o aluno vai ganhando moedas que depois ele pode utilizar para ir customizando o seu avatar”, acrescenta.
Apesar da proposta bem definida, ele garante que o sistema é flexível e customizável, de forma a que pode ser configurado para atender efetivamente às necessidades da rede. “Vamos ouvir muito os professores e oferecer formações sobre as metodologias ativas, aprendizagem criativa, gamificação, ensino híbrido, entre outras. A intenção é que o professor vá construindo o currículo nessa proposta gamificada, que é a educação desses novos tempos”, diz.
A opinião dos educadores
De acordo com a professora e coordenadora da EMEF Coronel Pedro Osório, no Taim, todas ferramentas que possam contribuir para as atividades letivas são bem-vindas. “Acredito que possa nos ajudar em sala de aula, contribuir para o ensino das crianças, especialmente nessa questão da defasagem de aprendizagem devido a pandemia. Por melhor que tenhamos feito o nosso trabalho, ficaram algumas lacunas. Como professora, penso que tudo que vier para ajudar a sanar as dificuldades será positivo para qualificarmos o ensino no município”, comenta.
Ela também conta que, em muitas escolas do campo, o contato com a tecnologia e meios digitais não é algo tão corriqueiro. “Nós temos computadores e internet, mas essa não é a realidade de todas as escolas do campo. Muitos alunos não têm celulares, não faz parte da rotina da maioria. Então vai ser uma novidade, é um ponto a favor por ser um atrativo”, afirma.
Para Ieda de Oliveira, professora alfabetizadora EMEF Profª Marília Rodrigues Santos, o sistema deverá auxiliar muito na aprendizagem, principalmente nos primeiros anos. “A nossa expectativa é muito grande. Estamos contando com mais essa plataforma. Como alfabetizadora, eu estou sempre pesquisando novidades para auxiliar no ensino dos alunos e vai ser mais uma ferramenta com a qual poderemos contar”, diz.
Já para a adaptação dos alunos, ela acredita que não devam ocorrer muitas dificuldades, especialmente devido ao formato de ensino que foi desenvolvido durante a pandemia. “As crianças já têm desde cedo acesso ao celular, joguinhos, músicas, historinhas. Já faz parte da rotina deles, é normal. Durante a pandemia, foi dessa maneira que nos comunicamos com os alunos, com envio das atividades pelo WhatsApp”, relembra.
Assessoria de Comunicação Social – Prefeitura Municipal do Rio Grande