- Crédito: Roberton Reis
- Crédito: Roberton Reis
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Dando continuidade ao Curso de Extensão “Conversas sobre Inclusão”, foi realizada no dia 09,quarta-feira, a palestra intitulada “Medicalização da Infância”, com a Profª. Roberta Brodt.
Promovido pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em Educação da Infância da Universidade Federal do Rio Grande (NEPE/FURG), em parceria com o Núcleo de Diversidade e Inclusão da Secretaria de Município da Educação (NDI/SMEd), o curso acontece as quartas-feiras, a partir das 14h, no Pavilhão 4 do Campus Carreiros da FURG.
A Profª. Roberta Brodt, com sua alegria e vasto conhecimento, proporcionou aos participantes pensar e problematizar sobre os efeitos produzidos pelo saber médico nos sujeitos infantis, a partir da proliferação de diagnósticos patologizantes das condutas cotidianas.
Inicialmente, ela fez uma relação de sua história quando criança, em que a escola a enxergava como fora do padrão, quando ela se considerava de acordo com este. Como era uma menina espontânea, questionadora, isso incomodava os professores e a direção da escola, levando-a, algumas vezes, para o SOE (Serviço de Orientação Educacional).
De acordo com Roberta, ainda continuamos vivenciando esta situação da não aceitação do diferente. Este é visto como a criança problema, que precisa de um diagnóstico, o qual responda e resolva certos comportamentos e atitudes que estão fora da normalidade. Ela ainda contou que a partir da década de 80 surge nos Estados Unidos o “Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM IV)”, normatizando o saber médico sobre as doenças psíquicas e popularizando o diagnóstico para além do campo da psiquiatria. Então, não só a Medicina, mas também a escola e a família passam a ter acesso àquilo que até então era de propriedade de um campo especializado do saber. Não é por acaso que a necessidade de diagnosticar os alunos, a partir de seus supostos desvios, ou de medicalizá-los, acompanha boa parte dos discursos educacionais e está presente nas práticas escolares atuais.
A Profª. Roberta apresentou um vídeo da Drª. Maria Aparecida Moysés, da UNICAMP, que mostrou o que a medicação Ritalina faz no organismo de uma criança, afirmando que ela jamais receitaria, pois “Precisamos olhar para todos os fatores que influenciam na aprendizagem ou em questões de comportamento dos nossos alunos. Não acreditar que a medicalização da criança será a solução de todos os problemas”.
“Ficamos com o gostinho de querer aprender mais com a Profª.. Roberta Brodt, pois ela sempre nos encantou com seu jeito simples e brincalhão de dialogar conosco sobre questões que atualmente vivenciamos em nossas escolas”, destacou Luiza Bonneau, coordenadora do Núcleo de Diversidade e Inclusão.
Direcionado aos professores da rede pública municipal que atuam nas Salas de Recursos/Multifuncionais e Classes de Estudos Diferenciados, bem como aos professores regulares com alunos incluídos, o curso, que encerra no dia 06 de novembro, tem um total de 20 horas, incluindo horas a distância para leituras prévias.
O próximo encontro ocorrerá no dia 23 de outubro, às 14h, na sala 4206, com Profª. Karin Ritter Jelinek, abordando a temática “Inclusão e altas habilidades”.
SMEd
Roberton Reis