Promovido pela Secretaria de Município da Educação (Smed) em parceria com a Sapienza Arqueologia, a Odebrecht e o Grupo de Pesquisa em Educação Patrimonial e Arqueologia (Grupep) da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), a iniciativa visou à troca de experiências entre os docentes e a construção coletiva de projetos para serem aplicados no dia a dia do ambiente escolar. A capacitação foi ministrada pela Doutora em Geografia Humana pela USP, Márcia Neu, e pela graduada em História e Mestranda em Ciências da Linguagem pela Unisul, Bruna Zamparetti.

Marta Leivas, Coordenadora do Núcleo de Ensino Fundamental e Denise Neves, Coordenadora do Núcleo de Educação Integral da Smed acompanharam o desenvolvimento do curso e levarão o acúmulo das discussões ao titular da pasta, André Lemes.

Segundo Marta, a aplicação do curso no Município não foi por acaso, afinal, Rio Grande é uma cidade histórica e uma das mais antigas do Estado. “É extremamente importante essa formação para os nossos professores. São temas que estão sempre em voga no nosso Município”, disse.

Na avaliação da pesquisadora Bruna Zamparetti, a valorização do patrimônio reflete na valorização da cidade e da sua população. Sobre o curso, ela destaca a importância do papel multiplicador do docente no processo sempre contínuo de educação patrimonial. “O professor é, por natureza, um agente transformador da sociedade. Ao transmitir esse conhecimento para os alunos, o estará automaticamente irradiando pelas mais variadas instâncias”, salientou.

Após a explanação da parte teórica e das manifestações geradas pelos grupos de discussão, uma oficina de cerâmica foi oferecida aos presentes e marcou o encerramento das atividades.

A unidade atende alunos da rede pública da cidade, além de especiais e deficientes auditivos. O trabalho disponibilizado é em forma de oficinas para que os estudantes tenham uma opção de ocupação no contraturno escolar. Entre elas estão dança urbana, capoeira, teatro, canto, fotografia, artes, contação de histórias, inglês, informática, circo, percussão, xadrez, libras, dança, quadrinhos, esportes, desenho, pintura e oficina sobre a consciência afro.

Acolhimento
Cerca de 150 alunos com idade entre 12 e 35 anos passaram pela Escola Viva neste ano, destes 50 alunos especiais. Todos são auxiliados com vale-transporte e alimentação. A diretora Maria de Lourdes Escouto se diz muito satisfeita com o resultado alcançado, mas quer ainda mais. “Este foi o meu primeiro ano, a escola da inclusão é um desafio muito grande, nós ainda temos que avançar, nos qualificar no sentido de acolhimento, que mais pessoas em situação de vulnerabilidade possam acessar a escola”.

Este ano, o processo de escolha das oficinas foi realizado de forma diferenciada. Foram três dias de encontros para preparar o aluno com objetivo de fazer a escolha pela oficina desejada. “Muitas vezes eles desistiam da oficina por não ser aquilo que pensavam”, disse Maria. O primeiro dia foi de acolhimento, quando todos os participantes se reuniram e se apresentaram. No segundo encontro, os alunos já se conheciam e fizeram o reconhecimento da escola que iriam frequentar pelos próximos meses. No terceiro, as oficinas foram apresentadas de forma lúdica aos estudantes especiais e regulares, que acabaram aderindo àquelas que mais se identificaram. Outra novidade implantada pela nova direção foi a distribuição de merenda escolar para todos os alunos.

Diversas atividades foram realizadas dentro e fora do perímetro escolar. Segundo a diretora, dois temas acompanharam o ano letivo: Educação Ambiental e Direitos Humanos. Foram desenvolvidas ações para que os alunos pudessem entender as temáticas propostas. Também ocorreram saídas de campo como percurso na periferia, visita ao Porto, visita ao Museu Oceanográfico e ao Centro Histórico da cidade. “Um olhar para a nossa realidade”, definiu Maria.

Últimas ações
As atividades artísticas e culturais aconteceram durante todo o mês de outubro, algumas descentralizadas em diferentes bairros do município. No último dia 22 foi realizado um grande evento, denominado pela direção como Apresentação de Gala, quando aconteceu o encerramento da Mostra Cultural Escola Comvida, no Teatro Municipal. Pais, amigos e familiares dos alunos especiais e regulares da Escola Viva, conheceram o resultado do trabalho desenvolvido no decorrer do ano. O Grupo Muito Prazer, Eu Existo e o Grupo Novo Afeto fizeram a alegria dos participantes.

No dia 31, na sala Multiuso do Paço Municipal, aconteceu a cerimônia de encerramento da Mostra Cultural da Escola Viva. A apresentação do Coral Canto Vivo marcou o evento. A exposição reuniu os trabalhos desenvolvidos pelos alunos em oficinas de Inglês, Fotografia, Cultura Afro, Quadrinhos, Desenho, trabalho elaborados pelos deficientes auditivos, Cultura Afro, entre outras.

A cerimônia ainda contou com o lançamento da página virtual da escola nas redes sociais. Fotos e notícias sobre a instituição serão postadas no espaço virtual. “É um momento muito importante na caminhada da escola, esta é apenas uma pequena mostra dos trabalhos que são produzidos nas modalidades de cada oficina”. Ela ainda ressaltou a importância de toda equipe e dos professores. “Todos os profissionais são fundamentais na construção do processo do trabalho da escola”, disse.

Próximas atividades
Até o final de novembro serão realizadas ações pontuais e alternativas. Os certificados de conclusão das oficinas serão entregues no dia 14. Entre os dias 18 e 21, os alunos serão divididos em grupos, quando irão passar um dia no Taim. Eles irão confraternizar com os alunos da localidade.
Este ano o projeto foi readaptado. O espaço do prédio passou a ser ocupado integralmente pela Escola, pois até o ano passado, o espaço era dividido com a estrutura pedagógica da Secretaria Municipal de Educação (Smed). O Centro de Formação para Diversidade Cultural e Inclusão – Escola Viva está localizado na avenida Portugal, 38, no antigo prédio do Presídio Municipal.