Os objetivos do trabalho realizado por aproximadamente dez militares da Marinha e do Exército são acrescentar atividades que contribuam para a vida escolar e pessoal dos estudantes. Semanalmente as turmas participam de aulas sobre valores e todas as quartas-feiras realizam a cerimônia de hasteamento da bandeira, além de outras ações educativas.

O trabalho dos monitores não interfere no funcionamento e administração da escola. Eles estão lá apenas para colaborar e prestar apoio, cada professor segue sendo responsável por sua turma e a escola segue sendo gerida totalmente pela equipe pedagógica. Para trabalhar em uma escola cívico militar, os militares passam por uma seleção rigorosa e investigação de toda a sua carreira.

Os militares precisam ter formações acadêmicas e realizam uma qualificação no Ministério da Educação, para depois desse processo, chegarem às escolas. Dentro da equipe que está atuando na Cipriano Porto Alegre estão militares formados em pedagogia, economia, filosofia e ciências sociais.

Segundo a direção, após o tempo de ensino remoto da pandemia de Covid-19, parte dos alunos voltou à escola com alguns problemas de comportamento e dificuldades em manter a disciplina e o respeito com colegas e professores. Esses problemas foram diagnosticados no inicio do ano, quando o projeto começou a ser discutido, por isso parte das ações é voltada para enfrentá-los.

APEGO A ESCOLA

Além das atividades diretas com as crianças, os militares auxiliam também em atividades manuais. Antes do trabalho começar foi realizado um levantamento das necessidades de cuidados e manutenções do prédio. A partir disso trabalhar o pertencimento nos alunos e fazê-los entender que o ambiente no qual estudam é deles, faz com que aprendam a cuidar e valorizar os espaços da escola.

Disso surge o “Projeto Mão na Massa”, realizado com os monitores e que trabalha com 30 alunos no turno inverso. Os estudantes primeiro entendem qual o processo e a finalidade do trabalho que irão fazer e depois realizam atividades manuais no pátio da escola. Já foram feitos trabalhos de capinagem, plantação de mudas, a criação de uma horta e construção de canteiros para plantar temperos. Também já foram feitos reparos em alguns pontos do telhado e em breve começará a renovação da pintura.

“Os alunos colocam a mão na massa literalmente. Nós entendemos que dessa maneira eles irão entender que a escola está bonita e bem cuidada pelas mãos deles também. O objetivo é que isso os faça pensar que se ajudaram a fazer, também devem ajudar a manter”, diz a vice-diretora Ana Saleme.

FUTUROS PROJETOS

Mesmo em fase de adaptação ao modelo cívico militar, a escola já está bem avançada em relação à previsão realizada no início do programa. Os planos para os próximos meses são a implementação de um projeto de Libras e a realização de palestras de prevenção às drogas.

A faixa etária das crianças é de três a 11 anos e as orientações são repassadas de forma lúdica, dinâmica e interativa, como explica a coordenadora da UBSF São João, Simone Neves. “Essa foi a maneira para melhor entendimento e participação dos alunos diante dos temas expostos”, diz. De acordo com ela, as atividades visam melhorar a qualidade de vida, contribuindo na formação integral dos estudantes, por meio de ações de promoção, prevenção e atenção à Saúde.

COVID E DENGUE

Sobre a Covid-19 os agentes usaram fantasias ilustrando a forma do vírus e abordam temas como a necessidade de lavar as mãos, usar álcool gel e máscara. Em relação ao mosquito aedes aegypti, as fantasias também são artifícios usados pelos agentes para chamar atenção da criançada, que ainda assiste a um vídeo sobre os cuidados para evitar a proliferação do mosquito. O trabalho é complementado com a distribuição de material educativo.

A apresentação, tem como objetivo instruir os professores sobre como brincar de uma forma diferente, expondo uma variedade de brinquedos, que não são necessariamente brinquedos como materiais de largo alcance, materiais residuais, entre outros.

A ideia do livro surgiu a partir da reflexão dos autores sobre o que está sendo oferecido como proposta de brincadeira para as crianças nas salas da Educação Infantil. “Vivemos em uma sociedade fundamentada no consumismo, algo perceptível quando vista a quantidade de brinquedos no mercado e na separação entre gêneros, o que afasta as meninas das ciências, da matemática e das descobertas, da criatividade, solução de problemas, elaboração de hipóteses e reaproveitamento, que são alguns dos valores que o livro busca desenvolver nas crianças”, diz.

Ao ser perguntado sobre a importância desta atividade para a qualificação dos professores e da educação Silva responde: “o livro faz com que os professores assumam uma forma de brincadeira mais livre, consciente ambientalmente e faz com que sustentem e se maravilhem com as descobertas das crianças”.

O pesquisador diz, ainda, que através dos profissionais de ensino se busca conceber uma infância livre das amarras do mercado, criativa, solta, sensível e conectada com a natureza, junto das famílias e dos professores que têm interesse na proposta de brincar com as crianças e os ‘brinquedos não brinquedos’.