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IV Seminário Internacional para Pensar a Pesquisa Histórica inicia amanhã (22)


Nos 280 anos do Município do Rio Grande, a Biblioteca Rio-Grandense, com o apoio da Prefeitura Municipal, através da Secretaria da Cultura (SeCult), realiza a quarta edição do Seminário Internacional para Pensar a Pesquisa Histórica. O evento ocorrerá nos dias 22, 23 e 24 de agosto, no Salão de Leitura da Biblioteca Rio Grandense, mais antiga instituição de cultura do Rio Grande do Sul, e mobilizará grandes pensadores do Brasil e do exterior. O tema deste ano é o Estado Novo e todas as suas implicações para o país, para o estado e para a cidade do Rio Grande.

De acordo com o professor doutor Francisco Alves, a escolha pela temática deve-se aos 80 anos de implantação do Estado Novo (1937) no Brasil. “Essas ‘datas-redondas’ têm servido para que os historiadores venham a refletir sobre determinados processos históricos e servem como oportunidade para o debate histórico-historiográfico. Parece óbvio, mas importante ressaltar que não há o que comemorar em relação a um modelo ditatorial”, disse o professor.

Segundo ele, o Estado Novo foi um dos regimes mais centralizadores em termos político-administrativos da formação histórica brasileira. “Nesse sentido, o local e o regional sucumbiram diante do nacional. Os regionalismos foram suprimidos em prol de um nacionalismo exacerbado, marca registrada dos regimes autoritários da época. Diante de tal quadro, o Rio Grande e o Rio Grande do Sul se viram sufocados por tal centralização. A sociedade de então foi totalmente controlada por um regime autoritário e repressivo. As liberdades individuais foram ceifadas e as manifestações intelectuais plenamente cerceadas. Além disso, o Estado Novo criou mecanismos e estratégias de censura e autopropaganda que vendiam a ideia do líder incontestável, como fica bem representado na gravura escolhida para ilustrar o folder do seminário, que era da lavra do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP)”, complementa.

O secretário da SeCult, Ricardo Freitas, reitera as palavras do historiador e avalia positivamente a realização de mais uma edição do evento em parceria com a pasta. “O Estado Novo ficou marcado como um regime ditatorial com perseguição e cerceamento às liberdades. Para que não se esqueça e nunca mais aconteça, cabe a nossa reflexão em eventos de tal porte”, destacou.

A abertura do Seminário contará com duas palestras de professores bastante conhecidos em Rio Grande, especialmente, pela produção e pesquisa direcionadas à cidade. Derocina Sosa e Luiz Henrique Torres, ambos professores da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e doutores pela PUC-RS, discutirão o período histórico sobre o viés do jornalismo e da historiografia.

O segundo dia será marcado pela participação da doutora e pesquisadora da Universidade Nova de Lisboa, Isabel Lousada, com o painel “Evolução ou revolução. Opções de/para mulheres no Estado Novo. No mesmo dia, nos períodos da manhã e da tarde, palestram os professores doutores Daniel dos Santos e Rodrigo de Oliveira, com os painéis “O Romance de 30 e o ideal do ‘moderno’ na Era Vargas” e “Comunismo e anticomunismo no Brasil e a ‘matriz’ de anticomunismo integralista às vésperas do Estado Novo”, respectivamente.

Doutor pela Universidade de Genebra, na Suíça, o professor Reto Monico, com a palestra “O golpe de Vargas na imprensa suíça e francesa: estudo comparativo”, será um dos destaques do último dia do evento, seguido pelo professor doutor Francisco das Neves Alves, com o painel “A instauração do Estado Novo e a imprensa rio-grandina: o caso do jornal O Tempo”.

As inscrições para o IV Seminário Internacional Para Pensar a Pesquisa Histórica: Estado Novo custam R$ 10 e podem ser realizadas, de forma antecipada, na Biblioteca Rio-Grandense, ou no dia do evento. Para os estudantes que participarem de 75% das atividades será disponibilizado um certificado de 40h.

Coleção Rio-Grandense

Para fechar o evento com chave de ouro, ocorrerá, ainda, o lançamento da Coleção Rio-Grandense, no último dia de atividades. Resultado dos esforços coletivos da Cátedra Infante Dom Henrique para os Estudos Insulares Atlânticos e a Globalização (Portugal) e da Biblioteca Rio-Grandense, a Coleção tem por intento fundamental a divulgação da produção intelectual acerca de variadas temáticas versando sobre o Rio Grande do Sul, com preferência para as abordagens de natureza cultural, histórica e literária.

PROGRAMAÇÃO:

Salão de Leitura da Biblioteca Rio-Grandense

22 de agosto (terça-feira):

12h 30min – INSCRIÇÕES

13h 50min – ABERTURA

14h – PALESTRA: O Golpe do Estado Novo na Imprensa Gaúcha: algumas considerações – Derocina Alves Campos Sosa (Doutora PUCRS – Profa. FURG)

16h – PALESTRA: Historiografia do Rio Grande do Sul no Estado Novo – Luiz Henrique Torres (Doutor PUCRS – Prof. FURG)

 

23 de agosto (quarta-feira)

9h 30min – PALESTRA: O Romance de 30 e o ideal do “moderno” na Era Vargas – Daniel Baz dos Santos (Doutor FURG – Prof. IFERS)

14h – PALESTRA: Evolução ou revolução. Opções de/para mulheres no Estado Novo – Isabel Lousada (Doutora e Pesquisadora Universidade Nova de Lisboa)

16h – PALESTRA: Comunismo e anticomunismo no Brasil e a “matriz” de anticomunismo integralista às vésperas do Estado Novo (1922-1937) – Rodrigo Santos de Oliveira (Doutor PUCRS – Prof. FURG)

 

24 de agosto (quinta-feira)

10h – PALESTRA: O Golpe de Vargas na imprensa suíça e francesa: estudo comparativo – Reto Monico (Doutor Universidade de Genebra)

15h – PALESTRA: A instauração do Estado Novo e a imprensa rio-grandina: o caso do jornal O Tempo – Francisco das Neves Alves (Doutor PUCRS – Prof. FURG)

17h – LANÇAMENTO da Coleção Rio-Grandense

17h 30min – ENCERRAMENTO

 

Com informações da SeCult

 


Fotos da Notícia


  •  - Crédito: Divulgação

    - Crédito: Divulgação





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