O casco da P-68, que estava no ERG 1, Estaleiro administrado pela Ecovix - empresa pertencente ao grupo Engevix - deixou o Município na manhã de quinta (8). O casco foi em direção a Aracruz, no Espírito Santo. A operação teve início ainda na madrugada e envolveu dez rebocadores. No entanto, há informações de que toda a operação foi feita de forma silenciosa, e uma equipe teria sido chamada com urgência para fazer a retirada do casco.
Além disso, segundo uma fonte, os próprios funcionários da empresa foram pegos de surpresa com a saída da P-68. Há rumores de que a saída às pressas tenha ocorrido para evitar uma suposta apreensão do casco da P-68, em razão das dívidas da Ecovix, que estariam ultrapassando R$ 6 bilhões. Em matéria publicada na edição do AGORA da última quinta (8), intitulada “Petrobras e Ecovix discutem contratos antigos e futuros”, já constava a informação de que o casco poderia deixar o Estaleiro a qualquer momento.
A matéria ainda apontou que existem rumores sobre um possível encerramento das atividades da empresa no Município e que estão previstas muitas demissões nos próximos dias. Procurada e questionada pela reportagem sobre todos esses fatos, por meio da assessoria de imprensa, a Ecovix não se manifestou até o fechamento dessa edição.
EM BUSCA DE SOLUÇÃO
Na tarde de quarta (7), foi realizada uma reunião na Prefeitura do Rio Grande. Segundo o prefeito Alexandre Lindenmeyer, durante a discussão que teve como principal pauta a situação dos estaleiros de Rio Grande e São José do Norte, ficou encaminhado um novo encontro para a próxima segunda (12). “Vamos gestionar junto ao Estado, ao governo Federal, deputados, Senado e junto à Petrobras, para que haja um olhar para os estaleiros do Rio Grande e São José do Norte e sobre a inexistência de novos projetos”, destaca.
Conforme o prefeito, se os estaleiros do Município seguirem apenas com os projetos atuais, sem a existência de novos, “na pior das hipóteses teremos projeto para um ano e, na melhor das hipóteses, para dois anos". O prefeito lembra que tanto o Município quanto a região tiveram, nos últimos anos, um desenvolvimento no que se refere à estrutura e investimentos. “Se não tivermos uma política que enxergue, que a indústria naval é importante de nada adianta. É preciso uma mudança de posicionamento. É importante dizer um sim à indústria brasileira”, comenta o chefe do Executivo, referindo-se aos investimentos que acabam indo para outros países, em função do custo ser menor.
Por fim, Lindenmeyer salienta que pretende levar essa discussão à frente, envolvendo todos aqueles que tenham alguma ligação com o setor e que possam, de alguma forma, contribuir para uma possível solução. “Essa política não pode ser abandonada, e a nossa mobilização será desencadeada para tentar buscar soluções”, concluiu. A expectativa é que participem da reunião lideranças locais e regionais, representantes das empresas responsáveis pelos estaleiros, entre outros.
Fonte: Jornal Agora