O Sindicato dos Metalúrgicos de Rio Grande realiza na manhã desta segunda-feira (12), às 7 horas, uma reunião com os trabalhadores da Engevix Construções Oceânicas (Ecovix), em frente à sede da empresa. Na sexta-feira (9), os operários cruzaram os braços em protesto pelos rumores de que a companhia poderá entrar em recuperação judicial e realizar demissões.
Ainda na sexta, o vice-presidente do sindicato, Sadi Machado, informou que faria uma reunião com a direção da Engevix para tentar esclarecer a situação. Neste domingo, porém, a entidade não confirmou que o encontro tenha ocorrido e anunciou que só irá se manifestar após a assembleia com os trabalhadores.
– Primeiro, temos de fazer a assembleia, para depois nos pronunciarmos. Antes, não podemos falar nada – disse Sandro Laranja, um dos diretores do sindicato.
Procurada pela reportagem de Zero Hora, a Ecovix não confirmou se houve encontro com os sindicalistas e, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que não irá se manifestar sobre assunto antes da assembleia dos trabalhadores.
Na sexta, logo no começo manhã, os cerca de 3,8 mil funcionários da Ecovix decidiram não começar o expediente antes de obter uma explicação formal sobre a real situação financeira da empresa. Com dívidas acumuladas de R$ 6 bilhões, a Ecovix negocia com a Petrobras alternativas para sobreviver à crise, mas até agora nenhuma medida foi anunciada.
Prefeito teme parada nos estaleiros
O prefeito de Rio Grande, Alexandre Lindenmeyer (PT), afirma que pretende liderar uma mobilização na tentativa de "reverter este cenário de extinção da indústria naval" na região.
– A ideia é que possamos gestionar junto à Petrobras e ao governo federal quanto à continuidade da indústria naval no Brasil. Segundo ele, os estaleiros de Rio Grande e de São José do Norte não venceram nenhuma das últimas licitações realizadas pela Petrobras.
Em São Jose do Norte, o EBR têm obras previstas para um período máximo de seis a oito meses. Já em Rio Grande , as obras do EGI devem se estender por mais 12 a 16 meses. Com isso, além da crise enfrentada pela Ecovix, a interrupção das operações dos estaleiros EBR e EGI é considerada por Lindenmeyer como praticamente inevitável.
– O prazo de elaboração de projetos dura em torno de 12 meses. O cenário que se avizinha é que fiquemos com três grandes estaleiros parados.
Fonte: ZH Click RBS