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ORQUESTRA DE CÂMARA DO THEATRO SÃO PEDRO E VITOR RAMIL APRESENTAM-SE EM RIO GRANDE

Vitor Ramil

Vitor Ramil


Nas esquinas do pampa o cruzamento da estética do frio de Vitor Ramil com a infinita grandiosidade instrumental de uma orquestra de câmara – no caso em questão, a do Theatro São Pedro – frutificou um concerto que irá fazer história do calendário cultural de Rio Grande, no próximo dia 12, às 21 horas, no Teatro Municipal do Rio Grande.

A mistura de estilos e épocas em concertos de música clássica não é mais novidade. Agora é a vez de Rio Grande também aprender a conviver com uma fusão de talentos, que acaba ainda gerando novas e jovens platéias. A turnê da Orquestra de Câmara Theatro São Pedro (uma das mais importantes do país), sob regência do maestro Antônio Carlos Borges da Cunha e o multiartista Vitor Ramil (como convidado especial) estará em Rio Grande para uma apresentação única.

A Orquestra de Câmara Theatro São Pedro foi criada em 1985 para dar oportunidade ao jovem estudante desenvolver seus conhecimentos adquiridos nas escolas de música. Uma orquestra onde a média de seus componentes está entre 20 e 25 anos, arejada e com propostas inovadoras. A partir de 92, depois de uma avaliação criteriosa, passou a aceitar convites para concertos fora do país. Em agosto daquele ano, representou o Brasil no II Festival Internacional de Música da Costa Rica, onde foi altamente elogiada. Em novembro de 93, realizou uma turnê pelos Estados Unidos à convite da University of Georgia. Em 1995, a OCTSP tocou em nove cidades na Alemanha, onde foi gravado o 1º CD, em Bayreuth, com obras de compositores brasileiros, inclusive "Construção" de Chico Buarque de Hollanda. O grupo tem experiência com repertórios e convidados populares, tendo dividido o palco por exemplo com Ivan Lins, Geraldo Flach, Nei Lisboa, Renato Borghetti, Totonho Villeroy, Gelson Oliveira, Doctor Jazz Band e Bebeto Alves. Tem direção artística e regência de Antônio Carlos Borges Cunha. O site é www.orquestratsp.org.br .

O programa, na esteira da valorização de autores gaúchos e nacionais iniciada com ênfase a partir de 99 com o então regente Lutero Rodrigues, começa pelo prelúdio da obra "Bachianas Brasileiras n. 4" do brasileiro Villa-Lobos (1887-1959). Mas a apresentação vai ser propositadamente descontraída. E para tanto, a presença de um convidado especial de forte apelo popular, como a voz e violão de Vitor Ramil, é o grande destaque. Ele próprio apresenta e contextualiza suas canções: Querência, Milonga de Sete Cidades, No Manantial, Ramilonga, Mango e Último Pedido, todas com arranjo de Vagner Cunha, e ainda Indo ao Pampa, arranjada por Celso Loureiro Chaves. A noite também inclui a canção Deixando o Pago. A direção artística prepara algumas surpresas no repertório.

A inspiração principal do repertório vem do disco "Ramilonga – A Estética do Frio", lançado antes do CD "Tambong", e como diz o próprio compositor: "é uma maneira de dar a milonga um status de gênero enraizado na investigação da música urbana, e não só mero folclore". Mas a proposta de universalidade do trabalho do gaúcho Ramil é atestada em todo o país. "Se por um lado canta melodias inspiradas e povoa suas letras de imagens sugestivas, por outro evita os clichês da música regional de seu Estado sem abrir mão da identidade cultural sulista. Entendendo-se ou não a letra, cheia de gírias locais, a música é irresistível"´, atesta o crítico paulista Celso Masson.

Os ingressos para o espetáculo estão à venda na Ótica Estima, Viacabo e Canal Dent no valor promocional antecipado de R$ 30, estudantes e idosos pagam R$ 20. A realização é de Gaia Produções.

REGENTE

Compositor e regente, Cunha é considerado um dos mais atuantes músicos brasileiros da atualidade. Recebeu duas vezes o Prêmio Açorianos de Música e foi o primeiro músico sul-riograndense convidado pela Academia Brasileira de Música para participar da Série Trajetórias que apresenta a vida e a obra de destacados músicos brasileiros. Suas composições têm sido tocadas no Brasil, Estados Unidos e Alemanha. Em 96, participou, como compositor convidado, das celebrações do 50º Festival de Música Contemporânea de Darmstadt, Alemanha. Ele recebeu em 1995 o título de Doutor em Música da Universidade da Califórnia - San Diego. No New England Conservatory – Boston, recebeu diploma de Mestre em Música em 1991 com dois títulos: "Academic Honors" e "Distinction in Performance". Também foi músico da OSPA e regente dos corais Olvebra e do Tribunal de Justiça, bem como da Orquestra de Cordas do Projeto Prelúdio da UFRGS. Atualmente, alia sua carreira de compositor e regente à atividade de professor orientador do Programa de Pós-Graduação em Música da UFRGS e regente da Orquestra Sesi-Fundarte e da Orquestra de Câmara Theatro São Pedro.

CONVIDADO

Vitor Ramil gravou seu primeiro disco, "Estrela", com os músicos Egberto Gismonti, Wagner Tiso e Luis Avelar, contando também com as participações de Zizi Possi e Tête Espíndola. Em 1984, o disco experimental "A Paixão de V Segundo Ele Próprio", reunia vinte e duas canções que iam da música medieval ao carnaval de rua, com grande variedade de sons e instrumentos. O ano de 1987 foi a vez de "Tango", gravado no período em que viveu no Rio de Janeiro. Após a passagem pelo teatro com o personagem Barão de Satolep, alter-ego do artista, surge o Vitor escritor, com a novela "Pequod", lançada em 1995, juntamente com o CD "À Beca". Seus próximos CDs foram denominados "Ramilonga – A Estética do Frio", que coloca o homem urbano em contato com o imaginário regional gaúcho, e "Tambong", seu mais recente trabalho, gravado em Buenos Aires e lançado em 2000, com a participação de músicos argentinos e importantes nomes da música brasileira, como Egberto Gismonti, Chico César e João Barone.

07.12.06


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  • Orquestra São Pedro

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