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"RELATORA DA ONU" É DESCONHECIDA PELA PRÓPRIA INSTITUIÇÃO

Unidade Básica de Saúde Cidade de Águeda

Unidade Básica de Saúde Cidade de Águeda


A presença inesperada de uma "relatora da ONU" na cidade, que teria vindo para avaliar a remoção de moradores afetados pelas obras de expansão portuária, sabe-se lá a convite de quem, surpreendeu o prefeito Janir Branco, principalmente pelo impacto das suas declarações, que chegou a considerar as habitações populares do município entre as piores do país, segundo publicou a imprensa local.

O Chefe do Executivo não teve conhecimento da vinda da intitulada "relatora nacional dos Direitos Humanos à Moradia Adequada e à Terra Urbana, da Organização das Nações Unidas", Lúcia Moraes. Como também o secretário municipal de Cidadania e Assistência Social, Leonardo Salum, não foi comunicado a respeito, o prefeito solicitou a ele que buscasse maiores informações sobre a visitante.

Leonardo Salum comunicou o fato ao Centro de Informações das Nações Unidas, no Rio de Janeiro. Na correspondência, informou que "o trabalho da vossa representante na cidade chegou ao conhecimento da Prefeitura Municipal através dos jornais. Como secretário de Cidadania e Assistência Social venho conduzindo o aspecto social dos reassentamentos, com inúmeras reuniões com as comunidades envolvidas, levantamentos sociais e econômicos e me senti profundamente chocado com a posição da ONU". Ao solicitar esclarecimentos, Salum considerou que "essa primeira incursão da ONU no Rio Grande foi lamentável, num momento em que se requer muito menos a crítica infundada e muito mais o apoio técnico que, certamente, essa organização institucional poderia prestar".

ONU DESCONHECE

A resposta da ONU foi imediata e também surpreendeu a Prefeitura: "Não conhecemos a pessoa a qual se refere e estamos repassando seu e-mail para a segurança da ONU em Brasília, que deve tomar as providências necessárias", manifestou-se o Centro de Informação das Nações Unidas através de e-mail ao titular da SMCAS.

Leonardo Salum irá se reunir com o prefeito Janir Branco para ver que posição adotar, "porque isso contraria todo o trabalho que estamos fazendo de dialogar com a comunidade". Ele estranha que uma pessoa, identificando-se como relatora da ONU tenha mostrado tanto desconhecimento, ao ponto de dizer que o bairro Cidade de Águeda não conta com infra-estrutura.

Segundo Lúcia Moraes, faltaria posto de saúde, quando na verdade ele já está prestes a ser inaugurado. Referiu-se a falta de posto policial, sendo que existe um no bairro vizinho, o Arnaldo Quessada (Cohab IV) a poucos metros dali, e está sendo negociada com a Brigada Militar a construção de um novo posto no Cidade de Águeda. Ela chegou a dizer que falta escola, quando a comunidade recentemente foi beneficiada com obras de ampliação da escola Zelly Pereira Esmeraldo, que poderá ser ampliada novamente, conforme a demanda. "Temos, ainda, um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), que já atendeu 1.400 famílias no bairro", salienta Salum. Com relação às condições de moradia, ele não hesita: "Com certeza os moradores encontram-se em muito melhores condições que antes, embora conscientes de que sempre tem o que melhorar".

"POLITICAGEM BARATA"

O assunto repercutiu na Câmara Municipal, na sessão desta terça-feira, 20, onde o Líder do Governo, vereador Charles Saraiva (PMDB), mostrou fotos cedidas pela Caixa Federal dos locais onde os moradores residiam em condições sub-humanas, inclusive mostrando duas crianças convivendo com o lixo. Também mostrou fotos dessas mesmas crianças, sorridentes, em sua nova casa no Cidade de Águeda, bem como um arquivo de recortes de jornais registrando as inúmeras reuniões com os moradores e o trabalho sério do Programa Aliança.

"Acho que para a relatora da ONU a condição certa era morarem no meio do lixo", disse ele, que em seguida leu a resposta da ONU, desconhecendo sua intitulada representante. "A ONU não sabe quem é, não conhece e nunca ouviu falar nessa senhora", emendou.

Charles Saraiva estranhou que a visitante não tenha marcado encontro com o prefeito e revelou tratar-se de uma graduada em arquitetura e urbanismo, formada pela Universidade Católica de Goiás e pertencente a uma Organização Não-Governamental (ONG e não ONU): A DhESC (Plataforma Brasileira de Direitos Humanos Econômicos, Sociais e Culturais).

"Quem articulou tudo isso não tem idéia do que causou no município, no estado e no Brasil. São projetos habitacionais desenvolvidos pela Caixa, com recursos do Governo Federal e contra-partida do Município. Pode não ser a moradia ideal, mas foi a moradia possível de ser construída pela Prefeitura com apoio da Caixa Econômica Federal", declarou o vereador.

Saraiva adiantou que apresentará requerimento "solicitando informações para saber quem custeou a despesa de viagem dessa senhora, o que realmente ela veio fazer e quem ela representou aqui na cidade. Também solicitarei providências ao Ministério Público Estadual para responsabilizar essas pessoas pelo mal que causaram ao município. Humilharam os moradores do Cidade de Águeda, a cidade do Rio Grande e ainda tem gente que aplaude esse tipo de coisas. Foi uma politicagem barata para denegrir nossa cidade, de quem não tem condições de vencer no voto".

Também o vereador Júlio César Silva (PMDB) manifestou-se. Lamentou que tenha gente insuflando a população, "utilizando a angústia dessas famílias para fazerem campanha eleitoral". Sugeriu que o Ministério Público Federal também seja acionado, "porque essa senhora foi apresentada como representante de um organismo internacional".

20.11.07


Fotos da Notícia


  • Unidade Básica de Saúde Cidade de Águeda que será inaugurada em breve pelo prefeito Janir Branco

    Unidade Básica de Saúde Cidade de Águeda que será inaugurada em breve pelo prefeito Janir Branco

  • Unidade de Saúde Cidade de Águeda

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