A Secretaria Municipal da Pesca (SMP) acompanha o posicionamento das Colônias de Pescadores do Rio Grande, São José do Norte, Pelotas e São Lourenço do Sul, assim como do Fórum da Lagoa dos Patos, e é favorável ao cumprimento da Instrução Normativa que veda licença a uma embarcação para a pesca de duas espécies controladas. Com essa medida, as traineiras estão proibidas de fazer a captura da corvina na entrada dos Molhes da Barra.
A manifestação é do supervisor da SMP, Onedir Dias Lilja. Inicialmente, ele observa que durante os muitos anos que atua na pesca "passaram muitos homens na gerência local e na superintendência regional do Ibama e nenhum deles teve coragem de tomar essa atitude. Precisou estarem duas mulheres nos cargos (Maria Odete Pereira na gerência local e Cecília Hipólito na superintendência regional) para a lei ser cumprida".
Onedir Lilja entende que "agora ficará muito bom para o pescador artesanal da Lagoa dos Patos. Sem as traineiras na entrada da barra, a corvina terá mais condições de entrar no estuário da Lagoa dos Patos".
O supervisor da SMP recorda que, antes dessa proibição, dezenas de embarcações capturavam a espécie na "cabeça" dos Molhes. Segundo ele, cada rede puxava entre 200 e 300 toneladas de corvina. "Seis ou sete traineiras matavam mais de duas mil toneladas de peixe que estavam prontas para entrar na Lagoa dos Patos. Com isso, a tendência era cada vez mais diminuir a entrada da corvina. O pescador já estava deixando de fazer rede, porque não dava nem para a despesa e agora a esperança é que vá aumentar a qualidade da corvina na Lagoa", comemora ele.
De acordo com Onedir, atuam na região 35 traineiras de Santa Catarina e apenas cinco de Rio Grande. Ele entende que os representantes políticos do estado precisam fazer pressão em Brasília para a lei continuar sendo cumprida. "Tem de ser especificada na licença o peixe que a traineira pode pescar", conclui ele.
01.11.05