Seminário aponta especificidades à saúde da população negra
Por que é preciso repensar a atenção à saúde da população negra? Para a educadora Carina Ferreira, o povo negro é diferente de outros povos e sua saúde também. “Nossa saúde precisa ser pensada diferente, assim poderemos viver mais e melhor”, afirma ela.
A manifestação da profissional, que é quilombola em São Lourenço do Sul, ocorreu no Seminário Saberes, Valor e Identidade da Comunidade Negra, atividade realizada no dia 20, de forma presencial e via Internet, pela Secretaria da Saúde do Rio Grande.
A profissional elogiou a discussão promovida pela Secretaria e disse que é preciso valorizar o conhecimento popular trazido pelos negros, como por exemplo, o que é transmitido por meio da cura pelas ervas, de benzeduras e outros saberes. “O nosso saber pode ser aliado à ciência e não deve ser descartado.”
A coordenadora do Programa Municipal de Saúde da População Negra, Reginara Felix dos Santos se mostrou bastante satisfeita com a presença de público e com o resultado do Seminário. Disse que essa é a primeira iniciativa realizada esse ano e que possibilitou mostrar para muitos profissionais as diversas diferenças que existem para tratar a população negra no campo da Saúde.
Ela exemplificou que, em números, está comprovado que a população negra é mais hipertensa ou mais afetada pela anemia falciforme. “Queremos que os profissionais de Saúde tenham cada vez mais capacitações para o melhor atendimento à população negra”, comentou.
Além de Carina Ferreira, participou como palestrante no evento o médico Thiago Medeiros e Gabriele Costa, mestre em cultura afrobrasileira. Gabriele apresentou o projeto Turbante-se, uma forma de educação antirracista. Ela mostrou diversas formas de utilização do turbante, identificando personagens na história presente e de muitos anos atrás. Com sua apresentação, tentou apresentar as diferenças culturais e valiosas do povo negro que devem ser consideradas, também, quanto o tema é Saúde.
Já o médico Thiago Amaral Medeiros, que atuou em uma comunidade quilombola em Canguçu e vivenciou outras experiências médicas, como no Haiti, relacionou as demandas existentes na área da Saúde para a população negra com o trabalho desenvolvido, por exemplo, por curandeiras. Ele afirma que esse conhecimento não pode ser descartado mas aliado em diversos tratamentos. Citou que essas alternativas ocorrem em várias famílias, desde a infância, quando um chá de uma avó solucionava certos problemas de Saúde.
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Assessoria de Comunicação Social – Prefeitura Municipal do Rio Grande
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