Dia da Luta Antimanicomial: desconstruindo estigmas e preconceitos

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A história da luta antimanicomial no Brasil começou na década de 70, período em que o indivíduo portador de doença mental ou sofrimento psíquico era recluso em manicômios privado de liberdade e de convívio social. Hoje, o movimento tem como proposta central de luta a ideia de combater os preconceitos da sociedade, que tem a crença de que tratamento para o indivíduo que sofre de transtorno mental deve ser em  isolamento e/ou  recluso de liberdade.

A manifestação acima é de Robini Guimarães Duarte, que dirige o Núcleo de Saúde Mental da Secretaria de Município da Saúde (SMS) da Prefeitura do Rio Grande. No Dia da Luta Antimanicomial, lembrado neste 18 de maio, ela acredita que a luta antimanicomial é um trabalho em conjunto e de forma permanente, um esforço coletivo árduo para desconstruir estigmas e preconceitos, ocasionando a mudança do olhar coletivo. “Assim, a sociedade passa a visualizar que a frase clichê de que ‘ser diferente é normal’ deve ser menos dita e mais aplicada, sem prejulgamentos e com mais oportunidades”, argumenta.

Robini Duarte defende com veemência o tratamento em liberdade dos pacientes. Frisa que o cuidado em liberdade não nega a doença e o sofrimento psíquico, bem como a necessidade de tratamento e de medicamentos para estabilizar o quadro e evitar as crises. “Isso não impede a construção da autonomia e a inserção social do indivíduo”, complementa.

A partir de 2001, a Lei 10.216 passa a garantir às pessoas com sofrimento psíquico e transtornos mentais o cuidado em liberdade e a extinção progressiva do modelo de atenção em manicômios. “Todo indivíduo tem o direito fundamental a liberdade e a convivência em sociedade e receber tratamento sem abrir mão de seu lugar como cidadão, Robini Duarte. Para isso, surgiram os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), além dos serviços que compõem a RAPs (Rede de Atenção Psicossocial), contando com leitos em hospital geral e o fortalecimento da atenção no território, por meio de oficinas terapêuticas e centros de convivência e geração de renda na atenção básica. Em 2017, a Equipe Multiprofissional de Atenção Especializada em Saúde Mental (AMENT) foi incluída na legislação.

Estrutura municipal           

Rio Grande possui três CAPS e um AMENT, dispositivos estes que prestam atendimento por equipe multidisciplinar para desenvolver plano terapêutico para cuidado em liberdade. “Contamos com um serviço residencial terapêutico para abrigamento em casos transtornos mentais graves, principalmente, nos casos de longa permanecia em HP.”

No território para suporte às Unidades de Saúde da Família, Rio Grande conta com cinco equipes multiprofissionais, as quais realizam o suporte e o contato especializado. Os quatro dispositivos de saúde mental funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h às 18hs, sem fechar ao meio. O Ament (sigla em inglês) não atende demanda espontânea, pois atua como suporte a RAPS Municipal, atendendo por encaminhamento da rede. O Ament presta atendimento especializado para os casos leves e moderados de sofrimento psíquico e transtornos mentais.

Endereços

Os CAPS atendem demanda espontânea. Os usuários podem buscar os endereços abaixo para realizarem acolhimento:

– CAPS Conviver – Rua Conde de Porto Alegre, 193 – fone 32323258 (para atendimento de adultos acima de 18 anos, com casos considerados moderados a graves com transtornos mentais associados);

– CAPS AD – Rua Napoleão Laureano, 261- fone 3231-7375 (atende os casos de dependência química, álcool e outras drogas, a partir de 16 anos);

– CAPSi Serelepe – Rua Marcílio Dias, 636 – 32333229 (atende crianças e adolescentes com transtornos mentais, sofrimento psíquicos e dependentes químicos até 16 anos).

– AMENT – Endereço General Bacelar, 509 – fone 32311532.

Confira no vídeo abaixo o trabalho realizado nas oficinas de Artes, sob a orientação das técnicas em Artes, Emanuele Aguirre e Cláudia Dorneles e da educadora social, Cláudia Rodrigues. O vídeo foi realizado pelo CAPSi e retrata trabalhos dos pacientes durante a pandemia.

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Roger da Rosa – Jornalista (MTB 6956/RS)

Assessoria de Comunicação Social – Prefeitura Municipal do Rio Grande

(53)3233-7281/6052

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